De um pequeno negócio em Vila Velha nasceu a Garoto, marca símbolo do chocolate brasileiro Crédito: Reprodução/Youtube
No início do século 20, um imigrante alemão desembarcou no Espírito Santo sem imaginar que faria história no paladar dos brasileiros. Henrique Meyerfreund começou vendendo balas artesanais nas ruas de Vila Velha e acabou criando a maior chocolateria do país: a Garoto.
Hoje, o nome é sinônimo de chocolate, mas o caminho até esse sucesso começou de forma simples — com um jovem determinado, um caldeirão de açúcar e frutas, e uma boa dose de criatividade.
O alemão que adoçou o brasil
Em 1929, Meyerfreund fundou uma pequena fábrica de balas em Vila Velha. O negócio era modesto, mas o sabor das guloseimas logo conquistou os moradores da cidade. Com dificuldade para pronunciar algumas palavras em português, ele pedia ajuda a meninos locais para vender as balas em pontos estratégicos.
A cena se repetia tanto que os clientes começaram a associar os doces aos jovens vendedores. Passaram a chamá-los de “as balas dos garotos”. Foi assim, de forma espontânea e divertida, que nasceu o nome Garoto — que décadas depois se tornaria um império do chocolate.
O espírito empreendedor de Meyerfreund fez a marca crescer rapidamente. Em poucos anos, a pequena produção de balas de frutas e caramelos se transformou em uma indústria que começava a fabricar chocolates em larga escala.
Do caldeirão à fábrica gigante
Em 1934, a Garoto deu o passo decisivo: começou a produzir chocolates. O sucesso foi imediato. A marca passou a investir em sabores variados e embalagens coloridas, conquistando não apenas o público capixaba, mas todo o Brasil.
O aroma de cacau que saía da fábrica em Vila Velha se tornou parte da memória afetiva de gerações. E, mesmo após décadas, a essência da marca criada por Meyerfreund continua presente: o sabor de um chocolate acessível, com gostinho de infância e tradição.
Hoje, a Garoto integra o grupo Nestlé, mas mantém sua identidade e história vivas na mesma cidade onde tudo começou. A antiga fábrica ainda funciona em Vila Velha, recebendo visitantes que desejam conhecer de perto essa trajetória doce e inspiradora.
Visita ao berço do chocolate brasileiro
Quem visita o Espírito Santo pode mergulhar nessa história no museu da Garoto, anexo à fábrica original. O espaço apresenta a evolução da marca, desde as primeiras balas de frutas até os clássicos bombons que conquistaram o país.
A visita é paga e deve ser agendada no site oficial da empresa. Embora o tour não inclua o processo de fabricação, é uma verdadeira viagem no tempo — e no sabor. A experiência termina na loja oficial, onde os visitantes podem montar suas próprias caixas com os chocolates preferidos.
De um pequeno vendedor de balas a criador da maior chocolateria do Brasil, Henrique Meyerfreund deixou um legado que atravessou fronteiras. Sua história mostra que, às vezes, os maiores sonhos começam com algo simples — e um toque irresistível de chocolate.
Fonte: Jornal Correio









