O diretor Jorge Fernando (1955-2019) morreu por volta das 20h deste domingo (27), aos 64 anos, no hospital Copa Star, em Copacabana, no Rio de Janeiro. As informações são da colunista Lu Lacerda. Além dela, duas amigas de Jorge Fernando, a também diretora Glória Perez e a atriz Zezé Motta, também fizeram postagens de luto nas redes sociais.
Jorginho, como era conhecido entre amigos e colegas de profissão, sofreu um acidente vascular cerebral em janeiro de 2017 e, desde então, lutava para superar as sequelas que ficaram após o AVC. A informação é que ele sofreu um aneurisma – dilatação anormal, localizada, de um vaso sanguíneo, em especial de uma artéria.
“O Hospital Copa Star informa que o paciente Jorge Fernando faleceu na noite deste domingo, após dar entrada no fim da tarde devido a uma parada cardíaca em decorrência de um aneurisma dissecante da aorta completa. Apesar de todos os esforços, não foi possível reverter o quadro. O Hospital se solidariza com a dor dos parentes e amigos”, declarou o hospital em nota enviada ao portal Uol, mais tarde.
O último trabalho de Jorge Fernando foi como diretor da novela Verão 90, da TV Globo, que chegou ao fim em julho. Mas ele atuou e dirigiu várias obras marcantes na emissora e também teve diversos papéis no Teatro de Revista.
Jorge Fernando dirigiu a novela Verão 90 (Foto: Paulo Belote/TV Globo) |
Irreverente e em plena atividade, ele planejava voltar com o espetáculo Boom em 2020. “O AVC fez com que a valorização que eu sempre tive da vida se fortalecesse ainda mais. Ao acordar, agradeço sempre pelo meu dia. Esse exercício de agradecer por estar vivo, de gratidão pelas coisas boas, o AVC deixou mais forte em mim”, disse, em entrevista coletiva recente, antes do lançamento da novela.
Diversos artistas e amigos do diretor lamentaram a perda. Glória Perez disse que vai sentir falta do amigo: “Mais um amigo querido indo embora tão cedo! você vai fazer tanta falta, Jorginho, com sua alegria, seu entusiasmo, seu talento… Sem palavras aqui!”.
O cantor Mumuzinho também escreveu sobre Jorge Fernando: “Impossível não se comover e lamentar que um sorriso desses partiu tão cedo, mas o seu legado de alegria é grande. Aos familiares e amigos, meus sentimentos e amor nesse dia tão difícil, e que consigam transformar esse sentimento em uma saudade digna da alegria que o Jorge Fernando tinha”, escreveu.
Marcelo Adnet também escreveu uma mensagem nas redes: “Que pena a partida precoce do grande Jorge Fernando. Boom! Lembrarei dele pela simpatia e sua grande energia sempre! Muito carinho e força à Dona Hilda Rabello”. Confira postagens.
Jorginho nasceu em março de 1955 e começou sua carreira como ator na série de TV chamada Ciranda, Cirandinha, em 1978. Após anos de experiência, foi um dos mais renomados diretores da TV Globo, sendo responsável por várias obras de sucesso na emissora.
Atualmente, após dirigir inúmeras novelas – como Rainha da Sucata e Chocolate com Pimenta, por exemplo – Jorge Fernando era diretor de núcleo da Rede Globo. Nos anos 80, se destacou por seus trabalhos através de novelas que marcaram época.
O diretor também foi responsável, por alguns períodos, por cuidar de nomes da TV como Angélica e Xuxa. Ele também dirigiu, por um ano, o humorístico Sai de Baixo. Como ator, participou de várias obras, com destaque para Vamp, nos anos 1990.
Outro sucesso marcante foi Guerra dos Sexos (1983), principalmente pela cena antológica em que Fernanda Montenegro e Paulo Autran tomam café da manhã. Jorge Fernando foi premiado Associação Paulista de Críticos de Arte como o melhor diretor, em 1983, ao lado de Guel Arraes, pela novela.
Jorginho teve ainda a carreira profissional marcada por trabalhos no Teatro de Revista. Entre seus principais trabalhos neste ramo estão Rei Lear (com ‘sotaque caipira’, ou Rei Leal, em português); Macbeth, (em sotaque italiano, ou Mas que Beth !?! , em português); Sonho de uma Noite de Verão (que contracenou com Tony Tornado, em tórridas cenas de amor); A Megera Domada, (fez o papel de Domada); O Mercador de Veneza, (interpretou um vendedor de nabiça, nabo e outras leguminosas), e Ricardo III, interpretando uma bruxa malvada, que seduzia os cavalariços e os incautos aldeões com seus lábios de mel.