EUA têm medo de Brasil ampliar venda de miúdos para Ásia, diz Abiec

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Entre janeiro e agosto, o Brasil exportou 2 milhões de toneladas de carne bovina – Foto: Divulgação | Abiec

A exportação de carne brasileira para os países asiáticos é um mercado bastante promissor, impulsionado pelo consumo dos miúdos — produtos de alto valor agregado que têm forte aceitação cultural e religiosa em países da região. Com o crescimento populacional e a elevação da renda, a Ásia se consolidou como a prioridade do setor de carne bovina brasileiro.

No Japão, por exemplo, a língua de boi custa entre entre US$ 10 e US$ 12 o quilo, enquanto o Brasil exporta o mesmo produto a cerca de US$ 2, de acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa.

Segundo Perosa, essa diferença de até seis vezes mostra o potencial de agregação de valor que os miúdos representam. “Quem já foi no Japão sabe: numa churrascaria, em vez de servir a picanha fatiada como aqui [no Brasil], servem a língua fatiada, e é considerada um churrasco gourmet. Então, é costume. Se servir a língua aqui, poucas pessoas vão comer, mas lá é um produto valorizado. É essa a estratégia da indústria bovina brasileira”, dise o executivo em coletiva de imprensa nesta terça-feira (9).

Para Perosa, o maior medo dos americanos é o Brasil ampliar o acesso ao mercado asiático. “Os Estados Unidos têm receio de perder espaço na Ásia porque sabem que não conseguem competir em escala com o Brasil. Eles têm teto de produção, e a Austrália também”, disse.

“Então, quando a gente abre espaço na Ásia, é um caminho sem volta. Esse é o grande ponto: a carne magra produzida pelo Brasil é necessária no mundo todo, mas é na Ásia que está o futuro do consumo”, pontuou.

Entre janeiro e agosto, o Brasil exportou 2 milhões de toneladas de carne bovina, alta de 20% frente a 2024, com faturamento de US$ 10,7 bilhões, avanço de 33%.

A China segue como principal destino, com 1 milhão de toneladas (US$ 5,4 bilhões), consolidando a liderança asiática no consumo da proteína brasileira.

Fonte: A Tarde

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