Denúncias de trabalho escravo atrasam obras, e BYD só ficará pronta em 2026

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Fábrica da BYD em Camaçari Crédito: Divulgação

O funcionamento pleno da fábrica da BYD (Build Your Dreams), em Camaçari, só deve ocorrer em 2026. A informação foi confirmada por Augusto Vasconcelos, secretário estadual do Trabalho da Bahia. O titular da pasta se reuniu com representes da empresa chinesa na semana passada. A previsão inicial era que a fabricação de carros tivesse início neste ano, mas denúncias de trabalho análogos à escravidão atrasaram as obras na Região Metropolitana de Salvador. 

Vasconcelos afirma que a indústria começará a funcionar em 2025, mas em produção do tipo CKD (Completely Knocked Down, em inglês). “É uma espécie de montagens de carros com peças que já vêm pré-montadas. É um modelo mais rápido de produção, mas que utiliza pouca mão de obra, gerando menos emprego. Eles [representantes da BYD] disseram que será um modelo transitório, enquanto a empresa não consegue finalizar todas as obras da fábrica”, explica o secretário. 

A estratégia de produção utilizará peças chinesas, que virão separadas e serão montadas em Camaçari. O modelo CKD empregará, segundo o secretário, cerca de 1 mil trabalhadores. O número representa 5% da quantidade de novos postos de trabalho prometidos pela empresa, que é de 20 mil. 

O modelo causa apreensão no Sindicato dos Metalúrgicos do município, que solicitou uma reunião com os representantes da empresa por temor de que a fábrica se torne apenas uma fábrica de distribuição de peças no estado. Em nota enviada ao CORREIO, a BYD negou as afirmações e informou que a operação terá início em breve, faltando apenas que a planta avance para a produção completa.

O atraso nas obras é resultado das denúncias de trabalho análogo à escravidão. Em dezembro do ano passado, 163 funcionários chineses foram resgatados em uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT). A BYD contratou uma empresa brasileira para realizar as adequações necessárias nas obras da fábrica de Camaçari, o que estendeu o prazo inicial. 

“A orientação foi rescindir o contrato com a empresa que está sendo investigada. Como houve a rescisão do contrato, precisou ter o trabalho de recontratação de uma nova empresa, o que provocou um atraso evidente na obra”, diz o titular da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (Setre). Augusto Vasconcelos se reuniu com Jeff Liu, diretor de Recursos Humanos Internacional BYD, na última quinta-feira (8). 

Fonte: Jornal Correio

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