Anos depois de fechar um acordo com o Carrefour após a morte do homem negro João Alberto Silveira no mercado em Porto Alegre, entidades antirracistas voltaram a processar o grupo por novos casos de racismo. A ação foi apresentada nesta terça-feira, 11, na Justiça de São Paulo.
De acordo com as ONGs Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro) e o Centro Santos Dias de Direitos Humanos, o Carrefour segue promovendo crimes de racismo contra consumidores no Brasil.
Os exemplos citados foram dois casos que aconteceram no último final de semana, quando o artista negro negro Vinícius de Paula afirmou que foi impedido de ser atendido no Carrefour, em São Paulo. Ele é marido da jogadora de vôlei Fabiana Claudino, campeã olímpica com a seleção brasileira.
Em outro caso, uma mulher negra foi perseguida por seguranças no Atacadão Parolin, também da rede Carrefour, em Curitiba. Como forma de protesto e para chamar a atenção, a professora negra Isabel Oliveira tirou as roupas.
Os casos de violência foram pauta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que na segunda-feira, 11, criticou a rede Carrefour, durante uma reunião com ministros para marcar os cem dias do governo.
“Queria dizer para a direção do Carrefour, que se eles quiserem fazer isso em seu país de origem, que façam, mas nesse país aqui, a gente não vai admitir o racismo e o que essa gente tenta impor ao Brasil”, disse o presidente.