O Vaticano anunciou nesta terça-feira (14) que a freira baiana Irmã Dulce será proclamada santa. Com o decreto autorizado pelo Papa Francisco reconhecendo um novo milagre atribuído à intercessão de Irmã Dulce, a beata será proclamada Santa em solene celebração de canonizações. Ainda não há data para a cerimônia.
Religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, Irmã Dulce nasceu em Salvador em 26 de maio de 1914 e ali morreu em 22 de maio de 1992. Irmã Dulce foi beatificada em 22 de maio de 2011, em cerimônia no Parque de Exposições.
A validação jurídica do virtual milagre presente no processo foi emitida pela Santa Sé em junho de 2003. Já em abril de 2009, o Papa Bento XVI reconheceu as virtudes heróicas da Serva de Deus Dulce Lopes Pontes, autorizando oficialmente a concessão do título de Venerável à freira baiana. O título foi o reconhecimento de que Irmã Dulce viveu, em grau heróico, as virtudes cristãs da Fé, Esperança e Caridade.
O voto favorável e unânime da Congregação para a Causa dos Santos, que levou ao título de Venerável, havia sido concedido em 2008 e anunciado em janeiro de 2009 pelo colégio de cardeais, bispos e teólogos após a análise da Positio – documento canônico misto de relato biográfico e das virtudes e resumo dos testemunhos do processo. Os teólogos que estudaram a vida e as obras de Irmã Dulce a definiram como a “Madre Teresa do Brasil”, pelas semelhanças do seu testemunho cristão com a Beata de Calcutá, sendo “um conforto para os pobres e um exame de consciência para os ricos”.
O título de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres foi concedido depois que foi reconhecido como milagre a salvação, pela intercessão de Irmã Dulce, da sergipana Cláudia Cristiane Santos. Em janeiro de 2001, ela sofreu durante 18 horas com sangramentos após o parto do seu filho, Gabriel, na Casa de Saúde e Maternidade São José, na cidade de Itabaiana. Após o padre José Almí de Menezes rezar por Irmã Dulce, Cláudia se viu curada instantaneamente.
Cláudia e seu filho Gabriel: salvos no primeiro milagre de Irmã Dulce (Foto: Reprodução) |
No dia 9 de junho de 2010 é realizada a exumação e transferência das relíquias (termo utilizado para designar o corpo ou parte do corpo dos beatos ou santos) da Venerável Dulce para sua capela definitiva, localizada na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, situada ao lado da sede da Osid, no Largo de Roma. A Capela das Relíquias foi construída na própria Igreja da Imaculada Conceição, erguida no local do antigo Cine Roma e do Círculo Operário da Bahia, construídos pela freira na década de 40.
Trajetória de vida santa
1914
26 de maio – Nasceu Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, à rua São José de Baixo, 36, no bairro do Barbalho.
1932
Se formou professora pela Escola Normal da Bahia (ICEIA Atual).
1933
Ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
1936
Fundou com os operários Ramiro Mendonça, Nicanor Santana e Jorge Machado, a União Operária São Francisco, Primeira Organização Operária Católica da Bahia.
1949
Ocupou o galinheiro ao lado do Convento, que depois virou hospital Santo Antônio
1988
O então Presidente da República José Sarney, indicou Irmã Dulce para o prêmio Nobel da Paz, com o Apoio da Rainha Sílvia da Suécia.
1992
No dia 13 de março, morre aos 77 anos
1999
Foi iniciado seu processo de canonização
2010
O Papa Bento XVI autoriza a promulgação do decreto que torna Irmã Dulce em Venerável.
2011
Torna-se beata da Igreja Católica como rótulo de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres após lhe ser atribuído a cura milagrosa de uma mulher.
2019
Vaticano reconhece novo milagre e Irmã Dulce será considerada santa