Pense em uma história com final perfeito. Foi isso o que aconteceu com Gabriel Medina nesta segunda-feira na praia de Pipeline no Havaí. Mesmo com toda a pressão, o brasileiro mostrou total conhecimento do pico, venceu o tradicional evento pela primeira vez na carreira e conquistou seu segundo título mundial a cinco dias de completar 25 de idade.
Desde cedo as areias havaianas foram tomadas pelo verde e amarelo. Era difícil ouvir alguém falando outra língua que não o português. Mesmo os locais e o público em geral declarou apoio a Medina.
A torcida veio em peso, muitos brasileiros estavam aqui, minha família, meus amigos… Por isso o dia de hoje ficou ainda mais especial.”
Medina abriu o dia atropelando Sebastian Zietz e Michel Bourez na 4ª fase. Nas quartas de final, o americano Conner Coffin pegou duas boas ondas logo no início da bateria e deixou o público tenso.
Mas quem conhece Medina sabe que ele pode mudar qualquer situação em questão de minutos. A multidão que lotou as areias de Pipeline foi ao delírio quando o brasileiro saiu de um tubo enorme e arrancou 9.43 dos juízes. Mas foi na onda seguinte que o Havaí se transformou em Maracanã com a nota 10 perfeita do líder do ranking mundial.
O título mundial veio na semifinal. Diante do sul-africano Jordy Smith, Medina saiu atrás, mas mais uma vez manteve a cabeça no lugar e virou para vencer por 16.27 x 15.83. Quando a sirene indicou o fim de bateria, família e amigos se misturaram aos torcedores que buscaram o atleta na água e o carregaram nos braços até o palanque.
“Foi um campeonato espetacular, desde o início rolaram altas ondas, eu só dependia de mim, então fui bateria por bateria, passo a passo. Graças a Deus deu tudo certo. Estou muito feliz de conqusitar meu segundo título mundial”
Medina poderia ir embora naquela hora, mas o seu objetivo ainda não estava totalmente concluído. A final seria contra Julian Wilson, seu rival na briga pelo título e quem o derrotou na final de Pipeline em 2014, ano de seu primeiro título mundial.
O brasileiro e o australiano têm um longo histórico no Circuito Mundial, uma rivalidade acima da média e baterias que nenhum dos lados concordou com as notas. Por isso Medina entrou ainda mais focado:
“Claro que tem gosto de rivalidade. Fui pra final pensando em ganhar. Dei tudo de mim, entrei 110% focado para não deixar escapar. Pipeline é o campeonato mais difícil de ganhar e o mais especial do Circuito. Me sinto realizado com essa vitória que faltava pra mim.”
A decisão foi digna dos dos melhores surfistas da temporada. Muitos tubos gigantes e muitas trocas de liderança, que terminaram com Medina vencedo Julian por 18.34 x 16.70.
Se a festa havia sido grande na semifinal, o barulho e emoção ficaram ainda maiores com o título do evento. Toda a família Medina esteve no palco junto com seu ente mais famoso para comemorar o desfecho perfeito de um ano espetacular.
Depois de levantar seus novos troféus e tirar muitas fotos, Gabriel Medina conversou com a equipe do Yahoo Esportes:
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“Espero ter deixado todo mundo orgulhoso”, diz Medina ao Yahoo Esportes