Zero mesmo? Entenda como cervejas ‘sem álcool’ podem te deixar bêbado

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Cerveja sendo colocada em copo – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

O ramo de bebidas tem testemunhado uma expansão notável das cervejas rotuladas como “sem álcool”, impulsionada pela busca por hábitos mais saudáveis e pela preferência por opções que simulem a experiência social da cerveja tradicional.

No entanto, essa crescente popularidade deu origem a um fenômeno intrigante: o surgimento de produtos nessa categoria que, apesar da designação, possuem um teor alcoólico sutil capaz de, em circunstâncias específicas, levar à embriaguez.

David Nutt, renomado neurocientista, está na linha de frente de uma inovação que pode revolucionar o consumo social de bebidas. Após décadas de pesquisa sobre o impacto de drogas no cérebro, vício e ansiedade, Nutt reconhece os benefícios sociais do álcool, mas busca uma alternativa mais segura e saudável, livre de riscos como dependência, cirrose e agressividade.

Com essa visão, ele cofundou a GABA Labs. A empresa tem como meta oferecer “o que os bebedores sociais querem do álcool, sem o álcool”.

Para isso, estão desenvolvendo o Alcarelle, uma molécula patenteada que promete ser um ingrediente inodoro, insípido e incolor, projetado para induzir socialização e relaxamento.

Nutt destaca que algumas dessas bebidas, vendidas como isentas de álcool, podem conter resíduos alcoólicos, geralmente em patamares inferiores a 0,5%. O ponto crucial reside no volume de consumo.

Surgimento de produtos nessa categoria que, apesar da designação, possuem um teor alcoólico sutil

Surgimento de produtos nessa categoria que, apesar da designação, possuem um teor alcoólico sutil | Foto: Freepik

Embora uma única unidade não produza efeitos perceptíveis, a ingestão de múltiplas latas ou garrafas em um curto intervalo de tempo pode resultar na acumulação de álcool no organismo, culminando em estados de leve intoxicação.

Essa dinâmica levanta importantes questionamentos sobre as normas de regulamentação e a clareza na rotulagem. Consumidores, muitas vezes, não estão plenamente cientes da presença desse teor alcoólico residual, o que pode gerar surpresas indesejadas.

As empresas do setor, por sua vez, navegam em um cenário complexo: ao mesmo tempo em que aproveitam o sucesso da categoria “sem álcool”, enfrentam o desafio de comunicar de forma transparente as especificidades de seus produtos, garantindo que o público esteja bem informado sobre o que está consumindo.

Fonte: A Tarde

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