A ONU desbloqueou US$ 110 milhões (cerca de R$ 633 milhões) de seus fundos de ajuda de emergência para compensar os cortes do governo Trump na ajuda humanitária pelo mundo, que chamou de “brutais” em comunicado nesta quinta-feira (6).
A liberação dos fundos acontece após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, praticamente congelar toda a ajuda ao exterior após retornar à Casa Branca em janeiro.
Os fundos de emergência deverão “reforçar a assistência vital em 10 das crises mais subfinanciadas e negligenciadas do mundo, na África, Ásia e América Latina”, afirma um comunicado.
Um terço dos recursos liberados do Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF) será destinado ao Sudão, que enfrenta a pior crise humanitária do mundo, assim como para o vizinho Chade, que recebe refugiados que fugiram da guerra sudanesa.
“Para países afetados por conflitos, mudanças climáticas e turbulência econômica, os brutais cortes no financiamento não significam que as necessidades humanitárias desaparecem”, afirmou o subsecretário-geral da ONU para assuntos humanitários, Tom Fletcher.
Os fundos liberados “também reforçarão a resposta humanitária no Afeganistão, República Centro-Africana, Honduras, Mauritânia, Níger, Somália, Venezuela e Zâmbia”, destaca o comunicado, sem especificar a distribuição.
O dinheiro também servirá para proteger populações vulneráveis aos choques climáticos.
A ONU calcula que são necessários US$ 45 bilhões (cerca de R$ 259 bilhões) para auxiliar 185 milhões de pessoas vulneráveis afetadas por crises em todo o mundo.
“Até o momento, apenas 5% desse financiamento foi recebido”, alerta o comunicado.
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Trump assina ordens executivas no Salão Oval da Casa Branca, em 25 de fevereiro de 2025. — Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein
A ONU disse ainda que mais de 300 milhões de pessoas dependerão da ajuda humanitária em 2025, “mas o financiamento diminui a cada ano e deverá cair este ano a um nível historicamente baixo”, sem citar diretamente os Estados Unidos.
Contudo, foi a decisão dos Estados Unidos – que até agora era de longe a principal fonte mundial de ajuda humanitária – de congelar quase toda a ajuda ao exterior e depois cortar uma grande parte da mesma que provocou uma crise sem precedentes em muitas organizações de ajuda no mundo.