Na troca entre jovens e mais velhos, um devolve futuro, o outro devolve sentido, é assim que a humanidade se renova. | Foto: br.freepik.com
Tio Flávio*
Costuma-se repetir que os mais velhos ensinam e os jovens aprendem, mas isso é pouco para explicar a riqueza do encontro entre gerações. Porque o tempo não corre em filas, ele circula e, quando os jovens e mais velhos se aproximam de verdade, algo raro acontece. Cada um se amplia no olhar do outro.
O jovem traz a curiosidade das primeiras descobertas, a coragem de testar caminhos, a ousadia de perguntar o que ninguém perguntou.
O mais velho chega com a memória das travessias, com a sabedoria lapidada nos tropeços, com a serenidade de quem já viu a vida se repetir e, mesmo assim, continua acreditando nela.
Quando essas duas experiências se tocam, nasce uma espécie de terceira força, uma convivência que não é sobre ensinar ou aprender, mas sobre trocar.
O jovem descobre que existe beleza no ritmo que desacelera. O mais velho reencontra o entusiasmo que parecia guardado demais. Um devolve futuro, o outro devolve sentido.
A convivência intergeracional é isso. Uma ponte construída com passos diferentes, mas rumo ao mesmo destino. É lembrar que ninguém cresce sozinho e que todas as idades carregam algo que falta a outra.
No fundo, o mundo envelhece e rejuvenesce ao mesmo tempo e só encontra equilíbrio quando as gerações se escutam, porque é no encontro entre os tempos da vida que a humanidade realmente acontece.
Tio Flávio é Relações Públicas e Jornalista; professor universitário há 25 anos, palestrante e criador do movimento voluntário Tio Flávio Cultural. É apaixonado pelos temas ligados ao voluntariado, educação, longevidade e humanização. Leitura, filmes, música e viagens fazem parte do seu cotidiano.
Fonte: Rádio CDL FM









