Igreja de São Francisco Crédito: Igreja de São Francisco
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio da Superintendência na Bahia, assinou um termo aditivo ao contrato com a empresa Mehlen Construções Ltda, responsável por obras de restauração da Igreja de São Franciso de Assis, no Pelourinho, em Salvador. O órgão determinou um aumento de R$ 1.056.136,86 no valor inicialmente previsto, totalizando agora R$ 2.432.887,83 — um acréscimo de 76,71% em relação ao contrato original.
De acordo com o documento, ao qual o CORREIO teve acesso, o acréscimo ocorre em razão de execuções complementares para acondicionamento adequado dos elementos do forro, estabilização do forro da nave e ampliação do reparo da cobertura. Esses ajustes representam um aumento de 77,38% no custo, em contrapartida à retirada de serviços menores, como a instalação de tubos coletores e emendas metálicas, o que reduziu 0,66% do valor contratado.

Desabamento da Igreja São Francisco de Assis, no Pelourinho por Frei Lorrane Clementino/OFM

Desabamento de teto da Igreja de São Francisco de Assis por Divulgação Codesal
Além disso, o prazo de execução das obras foi prorrogado em cinco meses, passando a terminar em 10 de janeiro de 2026. Já o prazo de vigência contratual também foi estendido, indo agora até 28 de fevereiro de 2026.
A decisão segue o que prevê a nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), que permite alterações nos contratos administrativos, desde que devidamente justificadas. O aditivo foi assinado pelo superintendente do Iphan na Bahia, Fellipe Decrescenzo Andrade Amaral, e pelo sócio-gerente da empresa contratada, José Carlos Carneiro Mehlem.
Desabamento de teto da Igreja
O desabamento do teto da Igreja de São Francisco aconteceu entre 14h30 e 15h do dia 5 de fevereiro, deixando uma pessoa morta e outras cinco feridas. A igreja era aberta para visitação e interesse de muitos turistas. A entrada custa R$ 10. Segundo guias que estavam no local, no momento do acidente, houve um estrondo que assustou quem passava pela região. Ao todo, seis pessoas foram feridas. Uma delas, a turista paulista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, morreu no local. A Polícia Federal não descarta responsabilização criminal pela morte da jovem.
Uma comerciante do Pelourinho, que preferiu não se identificar, disse que o barulho no momento do acidente se assemelhava ao estouro de uma bomba. “Parecia que tinham soltado uma bomba no lugar. Quando eu saí para ver, só tinha poeira bem amarronzada, por conta do barro. Teve também muito desespero, porque a entrada para a igreja é pela lateral. Então, o desespero foi porque as pessoas queriam sair e as portas estavam fechadas”, diz.
Após um mês do desabamento, o Iphan anunciou que iria destinar R$ 1,3 milhão para a realização de reparos emergenciais.
Atraso de pagamentos
Em julho deste ano, o CORREIO mostrou que o Iphan atrasou os pagamentos do contrato das obras emergenciais à empresa Mehlen Construções. De acordo com o ofício enviado ao presidente do Iphan, Leandro Antonio Grass Peixoto, a empresa relata que dois pagamentos estavam pendentes. O primeiro deles, de R$ 239.568,70, é referente à segunda medição, atestada no dia 2 de junho de 2025. Já o segundo trata-se da terceira medição, do último dia 14, no valor de R$ 212.463,44. Os valores foram transferidos após a publicação do jornal.
Fonte: Jornal Correio