ICMBio anuncia medidas emergenciais contra casos positivos de vírus letal em ararinhas-azuis na Bahia

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Onze ararinhas-azuis vivem livres em Curaçá, no norte da Bahia — Foto: Acervo ICMBio

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) anunciou medidas emergenciais contra casos positivos de circovírus, patógeno causador da Doença do Bico e das Penas dos Psitacídeos (PBFD), na população de ararinhas-azuis em Curaçá, no norte da Bahia.

ENTENDA: O circovírus é um patógeno potencialmente grave e letal. Segundo o ICMBio, ainda não se sabe como as espécies brasileiras reagirão ao vírus, uma vez que, até esta ocorrência, não existia registro da doença em animais de vida livre no Brasil.

O Instituto considera os casos positivos como uma questão grave, uma vez que ainda não há tratamento para a Doença do Bico e das Penas causada pelo circovírus de psitacídeos.

Em 2022, um grupo de ararinhas-azuis do Criadouro Científico para Fins Conservacionistas do Programa de Reintrodução da Ararinha-azul foi solto em Curaçá, terra natal da espécie. No local, existem 11 em vida livre.

Por causa do registro do circovírus, a soltura de um novo grupo de ararinhas-azuis, que estava prevista para julho deste ano, foi temporariamente suspensa. O projeto será retomado assim que a situação sanitária estiver controlada.

O ICMBIO também determinou o recolhimento das ararinhas-azuis que vivem em Curaçá, para que sejam submetidas a bateria de testes.

Em 2022, um grupo de ararinhas-azuis do Criadouro Científico para Fins Conservacionistas do Programa de Reintrodução da Ararinha-azul foi solto em Curaçá — Foto: Camile Lugarini

Em 2022, um grupo de ararinhas-azuis do Criadouro Científico para Fins Conservacionistas do Programa de Reintrodução da Ararinha-azul foi solto em Curaçá — Foto: Camile Lugarini

Dentre as medidas urgentes, estão:

  • Reforço nas medidas de biossegurança;
  • Triagem dos animais do criadouro, com isolamento, em áreas internas, dos animais com resultado positivo para circovírus até que seja concluída a bateria de testes;
  • Descontaminação dos recintos do criadouro e dos comedouros e ninhos usados pela população de vida livre.

O Instituto informou que ainda não é possível afirmar quantas ararinhas-azuis positivaram, porque é necessário completar uma bateria de testes. Também não há indício de ocorrência de circovírus em outra espécie de vida livre, no Brasil, exceto na ararinha-azul.

Conforme o ICMBio, é importante ressaltar que o vírus não afeta galinhas, patos e outras aves de produção e não representa nenhum risco à saúde humana.

Doença do bico e das penas

A doença do bico e das penas é uma doença viral grave fatal. Os veterinários apontam uma expectativa de vida para as aves doentes entre 6 e 12 meses.

O surgimento dos primeiros sintomas aparecem entre duas e quatro semanas após o contágio. A doença pode se apresentar de diversas formas conforme as idades das aves. Veja abaixo:

  • Forma precoce: As aves recém-nascidas podem adquirir o circovírus das mães. Elas apresentam apenas diarreia, já que bico ou unhas são raras nessa idade;
  • Forma aguda: As aves jovens apresentam alterações nas penas. Em alguns casos, elas podem ter comprometimento nos ossos, que partem.
  • Forma crônica: As penas das aves com idades a partir dos 3 anos geralmente se enrolam e ficam com formas estranhas. As cores também sofrem alterações. Já os bicos ficam inflamados, o que causa fortes dores às aves.

Curiosidades sobre as ararinhas-azuis

  • A Ararinha-Azul é a menor das araras (em comparação com a Arara-Azul grande e a Arara-Azul-de-Lear), tem apenas 55 cm e pesa, em média, 350g;
  • O nome científico Spixi dá uma pista da cor das penas dessa ave, que tem um azul mais claro, quase acinzentado;
  • As ararinhas-azuis podem viver por 30 anos. Elas entram em fase de reprodução aos 4 e só param aos 24;
  • As ararinhas são bastante barulhentas, principalmente quando ficam assustadas. As que foram soltas em Curaçá, como estavam em um cativeiro, não são muito “amigas” do homem;
  • Elas gostam de viver em grupo, principalmente fora do período de reprodução.
  • As ararinhas costumam se alimentar no início da manhã e no final da tarde;
  • Elas têm 14 itens alimentares, gostam muito de sementes, principalmente do pinhão e fruto de favela;
  • Os predadores das ararinhas são os saruês, morcegos, abelhas europeias, africanizadas, serpentes e aves de rapina, como o gavião;
  • As ararinhas acasalam no período reprodutivo, produzem os ovos. Em seguida, tem a incubação, que ocorre em média durante 26 dias. Os filhotes levam aproximadamente 90 dias para sair do ninho;
  • O período reprodutivo das ararinhas-azuis acontece normalmente entre novembro e maio, quando Curaçá registra chuva;
  • As ararinhas-azuis tem um comportamento afetuoso e de proteção com os filhotes, enquanto eles estão nos ovos. A fêmea incuba os ovos durante a maior parte do tempo e o macho fica próximo ao ninho, de olho na família;
  • Os filhotes são incentivados pelos pais a caçar o próprio alimento. Com a chegada da maturidade, se tornam ainda mais independentes. As ararinhas querem que os filhos aprendam logo a deixar o ninho, porque enquanto estão no local, é o momento que eles mais sofrem riscos de predações;
  • As ararinhas são bastante barulhentas, principalmente quando ficam assustadas. As que foram soltas em Curaçá, como estavam em um cativeiro, não são muito “amigas” do homem;
  • Elas gostam de viver em grupo, principalmente fora do período de reprodução.

Fonte: G1 Bahia

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