Dinamarca realiza exercícios militares na Groenlândia em meio à pressão dos EUA sobre controle da ilha

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Fragata da Dinamarca efetua disparos em meio a exercícios militares na Groenlândia — Foto: Comando de Defesa da Dinamarca via REUTERS

Dinamarca está realizando exercícios militares na Groenlândia. Em meio à pressão dos Estados Unidos sobre o controle da ilha e a segurança da região no Mar Ártico, o país europeu mobilizou uma fragata, caças F-16, forças especiais e tropas extras.

Em uma entrevista à agência de notícias Reuters nesta quarta-feira (25), o chefe do comando ártico da Dinamarca, Soren Andersen, disse que a perspectiva de uma tomada da Groenlândia pelos EUA não preocupa, mas que mais precisa ser feito para impedir qualquer ataque russo à ilha ártica.

“Isso não está absolutamente na minha cabeça”, declarou o comandante dinamarquês ao ser questionado sobre as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre uma possível tomada à força do território.

Segundo Anderson, a Dinamarca está aumentando a vigilância em torno da infraestrutura crítica da ilha e, na semana passada, ele teve seu primeiro encontro com o general que supervisiona a defesa dos EUA na área, o general americano Gregory Guillot.

Até o momento, a presença permanente do país por lá consiste em quatro navios de inspeção antigos, um pequeno avião de vigilância e patrulhas de trenós puxados por cães, encarregadas de monitorar uma área quatro vezes maior que a França.

Anteriormente focado em demonstrar sua presença e tarefas civis como busca e salvamento e inspeção de pesca, o Comando Ártico Conjunto agora está se voltando mais para a defesa territorial, disse Andersen.

Em janeiro, a Dinamarca prometeu mais de US$ 2 bilhões para fortalecer sua defesa no Ártico, incluindo novos navios da Marinha do Ártico, drones de longo alcance e cobertura por satélite. O anúncio ocorreu após o presidente americano falar pela primeira vez sobre o desejo de anexar a Groenlândia aos EUA.

Trump já declarou várias vezes que pode tomar controle da ilha

No final de março, durante uma visita do vice-presidente americano, J.D. Vance, à Groenlândia, Trump voltou a afirmar que o país precisa ter o controle da ilha.

“A Groenlândia é sobre a paz mundial. Precisamos da Groenlândia. É muito importante para a segurança internacional. Se você olhar para as hidrovias, verá que há navios chineses e russos por todo lugar… Não estamos contando com a Dinamarca ou qualquer outro país para cuidar dessa situação”, afirmou a repórteres na Casa Branca.

Vice-primeira-dama, Usha Vance, acena ao descer, junto com o marido, na base espacial dos EUA na Groenlândia — Foto: Jim Watson/Pool via REUTERS

Vice-primeira-dama, Usha Vance, acena ao descer, junto com o marido, na base espacial dos EUA na Groenlândia — Foto: Jim Watson/Pool via REUTERS

Ao lado da mulher, Usha, do conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e o secretário de Energia, Chris Wright, Vance visitou a base militar e espacial dos EUA em Pituffik, no norte do território.

Enquanto ele e a esposa se sentavam para almoçar com os militares, o vice de Trump disse que está “realmente interessado na segurança do Ártico”.

“O governo Trump , o presidente, está realmente interessado na segurança do Ártico. Como todos sabem, essa é uma grande questão, e só vai ficar maior nas próximas décadas”, afirmou, ressaltando que é o primeiro vice-presidente americano a ir ao território.

Ele também criticou as ações da Dinamarca no território e afirmou que a Groenlândia não é mais um local seguro. Sobre a anexação da ilha aos Estados Unidos, Vance afirmou que primeiro é necessário que a região discuta a própria independência.

J.D Vance e a mulher, Usha, em conversa com militares dos EUA — Foto: Jim Watson/Pool via REUTERS

J.D Vance e a mulher, Usha, em conversa com militares dos EUA — Foto: Jim Watson/Pool via REUTERS

O plano inicial para a viagem não incluía J.D. Vance. A esposa dele iria assistir à uma corrida de trenós puxados por cães na ilha junto com Waltz, embora eles não tenham sido convidados pelas autoridades da Groenlândia ou da Dinamarca.

Protestos públicos e a indignação das autoridades de ambos os governos, no entanto, levaram a delegação americana a voar apenas para a base militar, e não se encontrar com o público.

Poucas horas antes da chegada do vice de Trump, uma nova e ampla coalizão governamental, que visa manter os laços da Groenlândia com a Dinamarca por enquanto, foi apresentada na capital Nuuk.

Há duas semanas, todos os partidos com representação no Parlamento da ilha já haviam se unido para responder às declarações do presidente americano, que classificaram como “inaceitáveis”, em um documento oficial.

Fonte: G1 Mundo

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